quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Mistérios do Auto Conhecimento

ORDEM SABERSÓFICOS - ED -12




Eis um texto sobre o tema de psicologia e que inserido nos ramos esotéricos um de vossos membros da ordem em sua forma inicial, como um psicólogo conceituado dá uma explanação sobre os mistérios do auto-conhecimento;



Atenciosamente VALENTIN LUCCAN PETROVSKY!





O AUTOCONHECIMENTO, A ACEITAÇÃO DE SI E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS.

Autor: Luiz Carlos do Rego Cavalcanti Filho[1]
Orientadora: Profª. Mércia Aparecida da Silva[2]

Resumo: Este artigo tem o intuito de incitar a investigação das causas dos problemas que envolvem as relações interpessoais, elucidando o autoconhecimento, a autorreflexão e a aceitação de si como ferramentas adequadas para uma investigação pessoal independente do setting terapêutico. Tudo isso à luz da Abordagem Centrada na Pessoa.


Palavras-chave: autoconhecimento, autorreflexão, aceitação, relações interpessoais.

“O inferno são os outros”.
            É com o intuito e a ousadia – é claro - de desmistificar essa célebre frase de Sartre à luz dos relacionamentos interpessoais que tecemos estas linhas.
            É interessante observar que nas relações pessoais temos a tendência de confirmar a assertiva: o outro é um inferno. Porque pensa diferente, age diferente, não me entende, é lento demais ou é rápido demais, é exigente ou é acomodado, etc. E, deste modo, vamos engrossando a ladainha de adjetivos onde “eu” sou o certo e o erro está no outro. Esse é um dos principais argumentos para o fim de casamentos, namoros, relacionamentos, amizades. E, portanto, para vivermos em vínculos superficiais onde preservamos a riqueza da nossa individualidade, ou melhor, nesse caso, do nosso individualismo.
            Sendo assim, tecemos este artigo baseando-nos na teoria da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), de Carl Rogers, na qual o indivíduo é capaz de, por si só, pelas suas potencialidades encontrar as raízes dos seus próprios problemas, bem como solucioná-los. Entretanto, sugerimos o autoconhecimento como um precioso instrumento quanto à resolução sobre a culpabilidade do outro mediante as dificuldades de relacionamento.
            Danon (2003) confirmará isso ao dizer:
            “Se não se tem consciência de si próprio, daquilo que se ama e dos próprios talentos, corre-se o risco de ser sacudido pelas circunstâncias como folhas ao vento. Antes de tudo é necessário aprender a administrar a própria vida” (p.18).
            Dessa forma, para nos relacionarmos bem com o outro, precisamos, primeiramente, conhecer-nos e relacionar-nos bem conosco. E isso passa pela aceitação de “minha vida, minha história, minhas qualidades e meus defeitos”.
            Sobre isso diz Guardini (2003):
            “Na raiz de tudo está o ato de aceitar-me. Devo concordar em ser o que sou. Concordar em ter as qualidades que tenho. Concordar em manter-me dentro dos limites que me foram traçados” (p. 21).
            Sendo assim, antes de acusar o outro, devemos lembrar-nos de que também somos passíveis de erros e há, também, desordens, defeitos em nós.
            “Não posso fugir do mal que existe em mim: mau temperamento, hábitos arraigados, culpa acumulada. Devo admiti-lo e enfrentá-lo: assim sou eu, eu fiz isso. Não por teimosia, o que não seria aceitação, e sim endurecimento. Mas colocando-me sempre dentro da verdade, porque só ela supera o mal: eu sou (estou) assim, porém quero mudar” (GUARDINI, 2003, p.18) (grifo nosso).
            À luz destas palavras, vemos que poderá estar escondida em nós uma não aceitação de nós mesmos ao não aceitarmos o outro. Esse outro tão diferente (ou seria igual?) que nos incomoda. Acerca disso, Philipe (2004) dirá:
“Há uma relação profunda e de mão dupla entre aceitação de si e aceitação dos outros. Uma favorece a outra. Freqüentemente não conseguimos aceitar os outros porque no fundo não aceitamos a nós mesmos. Quem não está em paz consigo mesmo estará necessariamente em guerra com os outros. A não-aceitação de si cria uma tensão interior, uma insatisfação, uma frustração que freqüentemente projetamos sobre os outros, que se tornam bodes expiatórios de nossos conflitos interiores” (p. 35).
Outro fator importante, empecilho para os relacionamentos é o conceito do “eu” que temos de nós mesmos. Segundo Cencini (2002), o homem tem níveis de identificação, de conceito de eu. Partindo do mais básico – nível corporal – identificação própria das crianças; depois - nível psíquico – um nível superior ao primeiro, porém superficial; e o - nível ontológico - seria o nível de identificação ideal. Mas, como essas identificações interfeririam nos relacionamentos interpessoais?
            Por exemplo, se nos identificamos no nível corporal e o outro não, então, teremos a tendência a exterminá-lo de nossa convivência porque ele não cuida do corpo, não valoriza o corpo como nós valorizamos. Logo, o movimento interior de rejeitar o outro que tem o corpo, a vida saudável (ou não), a estética diferente de nós é bem comum e, explicável, para o mundo hodierno que supervaloriza o corpo. Se nos identificamos no nível psíquico, no qual - se fica preso às funções e aos ambientes -; o fracasso é visto como uma ameaça à nossa personalidade; é proibido errar, por isso o outro será uma constante ameaça. Porque ele pode tomar nosso cargo, pode ser melhor do que somos, pode revelar que não somos tão bons, tão perfeitos assim. Não seria esse, outro movimento comum, o de repelir o outro psiquicamente, pois nos mundos capitalista e corporativo a competência pelos “cargos e salários” nos faz temer o diferente? Porque ele pode ser “melhor” do que eu. E mesmo identificando-nos no nível ontológico (onde a identificação é pelo que SOMOS e não pelo que TEMOS e FAZEMOS), precisamos respeitar a diferença e o nível de identificação do outro que poder ser igual ao nosso ou não. Cabe, então, aqui um questionamento: qual o problema do outro ser, pensar e agir diferente? Isso não seria um sinal de falta de autoconhecimento e de aceitação de si?
            É mister lembrar que a diferença em relação ao outro é algo enriquecedor, mas também, às vezes, doloroso.Pois o diferente nos assusta, é uma ameaça. O outro é desconhecido. Por isso, corre o risco de “tomar nosso lugar”, “de nos anular”. Dessa maneira, é mais fácil (e até melhor) para nós, colocarmos o outro dentro de um estereótipo e “eliminá-lo” de qualquer possibilidade de interação e crescimento interpessoais. Isso com as idéias de Fuks (2003) que mostra que as desavenças surgirem com as pessoas mais próximas:
            “São pequenas diferenças reais que impedem que o outro seja um perfeito semelhante, o que significa que o ódio não nasce da distância, mas da proximidade. E, exatamente porque não se trata de uma diferença qualquer, é que se produz o estranhamento que denota os impulsos hostis contra aqueles que estão apenas um pouco mais além do espelho” (p. 48).
            Em outras palavras, os mais próximos, como no espelho de Narciso, revelam nossas pequenas diferenças, pequenas imperfeições. Ou melhor, revelam feridas narcísicas das quais não tínhamos conhecimento, ou revelam que não queríamos enfrentar as verdades de nosso ser não perfeito.
            Por isso, ao olhar o outro e ver revelada nossas “imperfeições”, queremos elimina-lo do nosso meio. Então, não estaria inscrito em nossa herança histórico-sócio-cultural esse desejo de matar o outro? Essa herança tão bem descrita por Freud no mito Totem e Tabu ? Certamente. E Enriquez (1990) dirá sobre os sentimentos de ambivalência no Totem e Tabu:
            “Os estrangeiros assemelham-se no seu caráter fora do comum: o poder que eles podem exercer em relação a nós. O inimigo nos mata, o chefe nos subjuga, os mortos nos assombram e nos chamam” (p. 37).
            Porém, por que o outro tanto nos incomoda e interpela? Por ser ele um diferente, um desconhecido. Então, tentamos enquadrá-lo em nossos esquemas cognitivos. Mas, se esse enquadramento não se dá de maneira simples (por causa das projeções ou transferências), nós entramos em desacordo interno, em uma desagradável tensão. E no intuito de alívio, enquadramos o outro em um estereótipo. Porque olhar para nós e investigarmos sobre se essa tensão não tem princípio em nós e não no outro seria “mais trabalhoso (pois teríamos que rever nossos valores, esquemas cognitivos) e doloroso”. Weiten (2001) nos explicará sobre esse movimento interior:
“A dissonância cognitiva existe quando cognições relacionadas são incoerentes, ou seja, quando se contradizem mutuamente. (...) Quando levantada, supõe-se que a dissonância cognitiva crie um estado de tensão desagradável que motiva as pessoas a reduzirem sua dissonância – geralmente, alterando suas cognições” (p. 487).
            Além disso, é importante observarmos outros eventos comuns nas interações e como eles podem perturbá-las. Tomemos a seguinte hipótese: uma pessoa tem dificuldade com determinado indivíduo sem mesmo conhecê-lo. Só por saber, simplesmente, o nome e a profissão, inconscientemente, diz não gostar de “fulano” e pronto. Sobre isso a Psicologia Social pode nos ajudar. Rodrigues (2001) falará:
            “Ao sermos apresentados a uma pessoa, imediatamente ativamos os esquemas relativos a esta pessoa” (p. 81).
            Weiten (2001) irá conceituar esquema:
            “Esquemas são estruturas cognitivas que orientam o processamento das informações” (p. 472).
            Ou seja, esquema é a representação que temos sobre determinada pessoa, coisa ou fato. E isso ocorre natural e saudavelmente. O problema, no entanto, está em enquadrarmos as pessoas nos “nossos esquemas” e, assim, nos negarmos a enxergar nelas outros valores e outras qualidades.
            Por exemplo, Paulo foi apresentado a Renata. Renata é universitária, loira e enfermeira. Logo após a apresentação e alguns minutos de conversa, Paulo diz “não ter ido com a cara de Renata”, mesmo sem ter motivo aparente. Eis um exemplo clássico de representação. Ora, Renata até pode ser chata mesmo. Contudo, certamente, a antipatia de Paulo por Renata pode advir das representações dele sobre mulher loira, universitária e enfermeira, representações essas subordinadas aos conceitos e fatos vivenciados na vida de Paulo e arquivados na memória dele. Desse modo, ele enquadra Renata num estereótipo.
            “Estereótipos são convicções amplamente mantidas de que as pessoas têm certas características porque são integrantes de um grupo particular” (WEITEN, 2001, p. 473).
            Portanto, os estereótipos estão ligados aos esquemas, aos aspectos cognitivos, e servem para nos enquadrarmos socialmente. No entanto, o erro mais comum é vermos só o estereótipo.
            Daí a necessidade da autorreflexão para não enquadrarmos o outro em estereótipos somente, bem como os esquadrinharmos as reais intenções de nossas impressões, posturas, nossos valores. Sobre isso Moscovici (2008) diz:
“Quantas vezes geramos e recebemos primeiras impressões errôneas que nos trazem dificuldades e aborrecimentos desnecessários, porque não nos dispomos a rever e, portanto, confirma ou modifica aquelas impressões. Quando isto acontece, naturalmente, ao longo de uma convivência forçada como numa situação de trabalho, por exemplo, percebemos, então, quanto tempo precioso e quanta energia perdemos por não tomarmos a iniciativa de procurar conhecer melhor o outro e examinarmos as próprias atitudes e preconceitos, com o fito de desfazer impressões negativas não-realísticas” (p. 68).
Através deste artigo, propomos a necessidade do exercício da autorreflexão a fim de derrubar as barreiras dos relacionamentos e não mais nos acomodarmos nas nossas defesas egocêntricas.
            Mais uma vez, Rogers (1961) vem em nosso auxílio sobre a importância da aceitação de si mesmo e do processo de autoconhecimento:
               “Por isso é que eu acho que é eficaz permitir-me ser o que sou nas minhas atitudes; conhecer quando me aproximo dos limites da resistência ou da tolerância e aceitar isso como um fato; conhecer quando desejo moldar ou manipular as pessoas e reconhecer isso como um fato em mim. Gostaria de ser capaz de aceitar estes sentimentos como aceito os sentimentos de entusiasmo, de interesse, de tolerância, de bondade, de compreensão, que também são uma parte muito real de mim. É unicamente quando aceito todas estas atitudes como um fato, como fazendo parte integrante de mim, que as minhas relações com as outras pessoas se tornam o que são e podem crescer e transformar-se com maior facilidade” (p. 29).
            Em outras palavras, a partir do momento que nos conhecemos, aceitamos ser portadores de valores e defeitos, erros e acertos, de uma história bela e imperfeita (e por isso real); aceitamos o outro. E não mais o julgamos ou exigimos dele uma perfeição nos relacionamentos.
            Por isso, neste artigo, ressaltamos a importância da autorreflexão geradora de autoconhecimento e aceitação (de si e do outro). Sobre isso Moscovici (2008) discorre:
            “A conscientização de aspectos inadequados ou problemáticos facilita a decisão de mudanças e a reformulação de comportamentos disfuncionais, em nível pessoal e interpessoal, os quais se refletem no grupo.” (p. 42)
Outro problema típico nas relações é o caso das projeções. Quando projetamos no outro aquilo que não gostamos em nós, passamos por três movimentos distintos: 1) o outro tem algo (sentimento, comportamento etc.) e não temos e queremos ter. Então, isso nos causa raiva, inveja, inconscientemente ou não; 2) o outro tem algo e temos também isso, no entanto, não gostamos disso. Assim, o outro revela o não aceitável em nós; 3) o outro tem algo e já tivemos isso antes, e não temos mais. Porém, não aceitamos ver, perceber o quanto aquele sentimento ou aquela postura já nos pertenceu, revelando, dessa forma, uma não aceitação de nossa história, de nossa vida.
            Sobre isso diz Navarro (2006):
            “Em um relacionamento, as pessoas são espelhos umas das outras, e o que nos incomoda nos outros é justamente o que não apreciamos em nós mesmos, ou seja, os defeitos que vemos nos outros são os mesmos que temos” (p. 57).
            E mais:
            “Os outros nada mais fazem do que refletir seu interior, apontando os aspectos da personalidade que você precisa trabalhar” (NAVARRO, 2004, p. 82).
            Além do mais, outro aspecto atrelado à projeção e ao estereótipo é a profecia autorrealizadora. Baseados no estereótipo assimilado de determinada pessoa, nós verbalizamos (mentalmente ou não) que a pessoa referida é de tal maneira e, desse modo, orientamos nossos esquemas a percebemos atitudes corroborativas dos estereótipos. Vejamos a opinião de Rodrigues, Assmar e Jablonski (2001) sobre essa questão:
            “A chamada profecia autorrealizadora é uma conseqüência da ação dos esquemas sociais. Consiste na exibição de um padrão de comportamentos, que, guiado por esquemas, faz com que a pessoa alvo deste comportamento seja influenciada por ele e responda de forma coerente com as expectativas. O estudo de Rosenthal e Jacobson (1986) é um bom exemplo desta tendência: um professor forma um esquema segundo o qual um determinado aluno é desatento; ele age em relação a esse aluno orientado por esse esquema; o aluno acaba se convencendo de que é mesmo desatento, ‘confirmando’ assim a profecia do professor de que ele não seria atento em aula.” (p. 82).
            Dessa maneira, a profecia autorrealizadora apresenta-se como mais um empecilho às relações interpessoais e reforçadora de estigmas atribuídos aos outros.
            Outra realidade comum nos relacionamentos é não sabermos aceitar críticas ou opiniões diferentes das nossas. Pois temos a tendência de levarmos a “fala” do outro para o lado pessoal, e criarmos, assim, mais um obstáculo. Sobre isso, Blanchard e Johnson (2006) dizem:
            “Mas sabia que, se a repreensão fosse feita pelo Gerente-Minuto, seria justa; seria um comentário sobre seu comportamento e não sobre seu valor como pessoa” (p. 59).
            Certamente, isso ocorre, porque receber críticas (boas ou más) tem, ainda, em nossa sociedades um contexto muito afetivo e pessoal. Sem falar no desmascaramento do nosso “eu ideal e perfeito”. Vejamos o que nos diz Moscovici (2008) sobre isso:
            “Podemos temer as reações do outro – sua mágoa, sua agressão -, isto é, que o feedback seja mal interpretado, pois em nossa cultura, ainda é percebido como crítica e tem implicações emocionais (afetivas) e sociais muito fortes, em termos de amizade (ou sua negação), status, competência e reconhecimento social” (p. 97).
            Outro questionamento, baseado no temas abordados anteriormente, seria: por que, então, temos essa tendência de acusar o outro? De vermos os erros dos outros e não os nossos? Pelo simples fato de ser mais fácil investigar e denunciar o erro alheio, ao invés de fazermos a viagem interna – a introspecção – baseada na autorreflexão.
            Dessa forma, acreditamos na autorreflexão, na introspecção, na reavaliação dos nossos atos e valores, na leitura dos acontecimentos circundantes como caminhos essenciais para uma boa vivência conosco e com os outros. Mesmo que para isso vençamos nossa “avareza cognitiva” e tiremos o jugo da culpa das costas do outro.
               “Nós somos ‘avaros cognitivos’, isto é, não gostamos de gastar muito esforço cognitivo na tentativa de entender o mundo social que nos rodeia. Preferimos pouco esforço e, por causa disso, as heurísticas – os métodos rápidos de chegar a conclusões – nos servem perfeitamente”( RODRIGUES, ASSMAR,  JABLONSKI, p. 84). Grifo nosso.
            Não esqueçamos que o trabalho de autoconhecimento perpassa a leitura das nossas vidas. Portanto, exercício de autorreflexão, de introspecção não é trabalho apenas para o “setting” terapêutico, mas atividade cotidiana de quem se aceita como um ser em construção passível de erros e defeitos, possuidor de qualidades. Por isso, podemos nos conhecer através de acontecimentos corriqueiros, porém de grande valor, se tivermos um olhar apurado sobre nossas vidas. Sendo assim, a atividade de autorreflexão pode dar-se através da leitura de um livro e/ou uma matéria de revista, de um filme, de uma fala de um amigo (e até mesmo de um estranho), etc. Ou seja, o dia-a-dia é rico em material para nossa descoberta interior. Grün e Sartorius (2008) dirão sobre isso:
               “Para chegar à maturidade espiritual, preciso escutar a voz de Deus dentro de mim. Através desta voz no meu interior posso reconhecer a imagem que Deus fez de mim. Escuto a voz dele nos cães que latem, em meus sentimentos e pensamentos, em minhas paixões e necessidades, em meus sonhos noturnos e sonhos diurnos, em minhas doenças e tensões corporais” (p. 10).
            Por fim, ressaltamos a importância de não evitarmos a confrontação com nossas qualidades e defeitos, a necessidade da aceitação de nós, antes de qualificarmos o outro como inferno. Teremos, assim,  a consciência de sermos, nós também, esse inferno. Somos também possuidores de céu e inferno dentro de nós, cabendo a nós a escolha da aceitação de nossas mazelas. E que atravessemos a ponte do autoconhecimento, passando do rio de julgamento para o rio da aceitação. Pois céu e inferno habitam em nós e no outro. Só nos resta escolher qual deles queremos alimentar.

Referências Bibliográficas

BLANCHARD, Kenneth; JOHNSON, Spencer. O Gerente-minuto. Rio de Janeiro: Record, 2006.
CENCINI, Amadeo. Amarás o Senhor teu Deus: psicologia do encontro com Deus. São Paulo: Paulinas, 2002.
DANON, Marcella. Cousenling: uma nova profissão de ajuda. Curitba: IATES, 2003.
ENRIQUEZ, Eugène. Da horda ao estado. Psicanálise do vínculo social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.
FUKS,.Betty Bernardo. Freud e a cultura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
GRÜN, Anselm; SARTORIUS, Christiane. Amadurecimento espiritual e humano na vida religiosa. São Paulo: Paulinas, 2008.
GUARDINI, Romano. A aceitação de si mesmo. As idades da vida. São Paulo: Palas Athenas, 2003.
MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008.
NAVARRO, Leila. Qual é o seu lugar no mundo? São Paulo, Editora Gente, 2004.
NAVARRO, Leila. O que a universidade não ensina e o mercado de trabalho exige. São Paulo: Saraiva, 2006.
PHILIPE, Jacques. A liberdade interior. Fortaleza: Edições Shalom, 2004
RODRIGUES, Aroldo; ASSMAR, Eveline Maria Leal; JABLONSKI, Bernardo. Psicologia Social. Petrópolis: Vozes, 1999.
ROGERS, Carl R. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1961.
WEITEN, Wayne. Introdução à Psicologia: temas e variações. Editora Thomson Pioneira, 2001.

[1] Luiz Carlos do Rego Cavalcanti Filho, estudante do 8º período de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda – FACHO.
[2] Mércia Aparecida da Silva, Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Facilitadora de grupos de desenvolvimento interpessoal, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, professora do Departamento de Psicologia da FACHO.




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