O
AUTOCONHECIMENTO, A ACEITAÇÃO DE SI E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS.
Autor: Luiz Carlos do Rego Cavalcanti Filho[1]
Orientadora: Profª. Mércia Aparecida da Silva[2]
Resumo: Este artigo tem o intuito de
incitar a investigação das causas dos problemas que envolvem as relações
interpessoais, elucidando o autoconhecimento, a autorreflexão e a aceitação de
si como ferramentas adequadas para uma investigação pessoal independente do
setting terapêutico. Tudo isso à luz da Abordagem Centrada na Pessoa.
Palavras-chave: autoconhecimento, autorreflexão, aceitação, relações
interpessoais.
“O inferno são os outros”.
É
com o intuito e a ousadia – é claro - de desmistificar essa célebre frase de
Sartre à luz dos relacionamentos interpessoais que tecemos estas linhas.
É
interessante observar que nas relações pessoais temos a tendência de confirmar
a assertiva: o outro é um inferno. Porque pensa diferente, age diferente, não
me entende, é lento demais ou é rápido demais, é exigente ou é acomodado, etc.
E, deste modo, vamos engrossando a ladainha de adjetivos onde “eu” sou o certo
e o erro está no outro. Esse é um dos principais argumentos para o fim de
casamentos, namoros, relacionamentos, amizades. E, portanto, para vivermos em
vínculos superficiais onde preservamos a riqueza da nossa individualidade, ou
melhor, nesse caso, do nosso individualismo.
Sendo
assim, tecemos este artigo baseando-nos na teoria da Abordagem Centrada na
Pessoa (ACP), de Carl Rogers, na qual o indivíduo é capaz de, por si só, pelas
suas potencialidades encontrar as raízes dos seus próprios problemas, bem como
solucioná-los. Entretanto, sugerimos o autoconhecimento como um precioso
instrumento quanto à resolução sobre a culpabilidade do outro mediante as
dificuldades de relacionamento.
Danon
(2003) confirmará isso ao dizer:
“Se
não se tem consciência de si próprio, daquilo que se ama e dos próprios
talentos, corre-se o risco de ser sacudido pelas circunstâncias como folhas ao
vento. Antes de tudo é necessário aprender a administrar a própria vida”
(p.18).
Dessa
forma, para nos relacionarmos bem com o outro, precisamos, primeiramente,
conhecer-nos e relacionar-nos bem conosco. E isso passa pela aceitação de
“minha vida, minha história, minhas qualidades e meus defeitos”.
Sobre
isso diz Guardini (2003):
“Na
raiz de tudo está o ato de aceitar-me. Devo concordar em ser o que sou.
Concordar em ter as qualidades que tenho. Concordar em manter-me dentro dos
limites que me foram traçados” (p. 21).
Sendo
assim, antes de acusar o outro, devemos lembrar-nos de que também somos
passíveis de erros e há, também, desordens, defeitos em nós.
“Não posso fugir do
mal que existe em mim: mau temperamento, hábitos arraigados, culpa acumulada.
Devo admiti-lo e enfrentá-lo: assim sou eu, eu fiz isso. Não por teimosia, o
que não seria aceitação, e sim endurecimento. Mas colocando-me sempre dentro da
verdade, porque só ela supera o mal: eu sou (estou) assim, porém quero mudar”
(GUARDINI, 2003, p.18) (grifo nosso).
À
luz destas palavras, vemos que poderá estar escondida em nós uma não aceitação
de nós mesmos ao não aceitarmos o outro. Esse outro tão diferente (ou seria
igual?) que nos incomoda. Acerca disso, Philipe (2004) dirá:
“Há uma relação profunda e de mão
dupla entre aceitação de si e aceitação dos outros. Uma favorece a outra.
Freqüentemente não conseguimos aceitar os outros porque no fundo não aceitamos
a nós mesmos. Quem não está em paz consigo mesmo estará necessariamente em
guerra com os outros. A não-aceitação de si cria uma tensão interior, uma
insatisfação, uma frustração que freqüentemente projetamos sobre os outros, que
se tornam bodes expiatórios de nossos conflitos interiores” (p. 35).
Outro fator importante, empecilho para os relacionamentos é o conceito
do “eu” que temos de nós mesmos. Segundo Cencini (2002), o homem tem níveis de
identificação, de conceito de eu. Partindo do mais básico – nível corporal –
identificação própria das crianças; depois - nível psíquico – um nível superior
ao primeiro, porém superficial; e o - nível ontológico - seria o nível de
identificação ideal. Mas, como essas identificações interfeririam nos
relacionamentos interpessoais?
Por
exemplo, se nos identificamos no nível corporal e o outro não, então, teremos a
tendência a exterminá-lo de nossa convivência porque ele não cuida do corpo,
não valoriza o corpo como nós valorizamos. Logo, o movimento interior de
rejeitar o outro que tem o corpo, a vida saudável (ou não), a estética
diferente de nós é bem comum e, explicável, para o mundo hodierno que
supervaloriza o corpo. Se nos identificamos no nível psíquico, no qual - se
fica preso às funções e aos ambientes -; o fracasso é visto como uma ameaça à
nossa personalidade; é proibido errar, por isso o outro será uma constante
ameaça. Porque ele pode tomar nosso cargo, pode ser melhor do que somos, pode
revelar que não somos tão bons, tão perfeitos assim. Não seria esse, outro
movimento comum, o de repelir o outro psiquicamente, pois nos mundos capitalista
e corporativo a competência pelos “cargos e salários” nos faz temer o
diferente? Porque ele pode ser “melhor” do que eu. E mesmo identificando-nos no
nível ontológico (onde a identificação é pelo que SOMOS e não pelo que TEMOS e
FAZEMOS), precisamos respeitar a diferença e o nível de identificação do outro
que poder ser igual ao nosso ou não. Cabe, então, aqui um questionamento: qual
o problema do outro ser, pensar e agir diferente? Isso não seria um sinal de
falta de autoconhecimento e de aceitação de si?
É
mister lembrar que a diferença em relação ao outro é algo enriquecedor, mas
também, às vezes, doloroso.Pois o diferente nos assusta, é uma ameaça. O outro
é desconhecido. Por isso, corre o risco de “tomar nosso lugar”, “de nos anular”.
Dessa maneira, é mais fácil (e até melhor) para nós, colocarmos o outro dentro
de um estereótipo e “eliminá-lo” de qualquer possibilidade de interação e
crescimento interpessoais. Isso com as idéias de Fuks (2003) que mostra que as
desavenças surgirem com as pessoas mais próximas:
“São pequenas
diferenças reais que impedem que o outro seja um perfeito semelhante, o que
significa que o ódio não nasce da distância, mas da proximidade. E, exatamente
porque não se trata de uma diferença qualquer, é que se produz o estranhamento
que denota os impulsos hostis contra aqueles que estão apenas um pouco mais
além do espelho” (p. 48).
Em
outras palavras, os mais próximos, como no espelho de Narciso, revelam nossas
pequenas diferenças, pequenas imperfeições. Ou melhor, revelam feridas
narcísicas das quais não tínhamos conhecimento, ou revelam que não queríamos
enfrentar as verdades de nosso ser não perfeito.
Por
isso, ao olhar o outro e ver revelada nossas “imperfeições”, queremos elimina-lo
do nosso meio. Então, não estaria inscrito em nossa herança
histórico-sócio-cultural esse desejo de matar o outro? Essa herança tão bem
descrita por Freud no mito Totem e Tabu ? Certamente. E Enriquez (1990) dirá
sobre os sentimentos de ambivalência no Totem e Tabu:
“Os
estrangeiros assemelham-se no seu caráter fora do comum: o poder que eles podem
exercer em relação a nós. O inimigo nos mata, o chefe nos subjuga, os mortos
nos assombram e nos chamam” (p. 37).
Porém,
por que o outro tanto nos incomoda e interpela? Por ser ele um diferente, um
desconhecido. Então, tentamos enquadrá-lo em nossos esquemas cognitivos. Mas,
se esse enquadramento não se dá de maneira simples (por causa das projeções ou
transferências), nós entramos em desacordo interno, em uma desagradável tensão.
E no intuito de alívio, enquadramos o outro em um estereótipo. Porque olhar
para nós e investigarmos sobre se essa tensão não tem princípio em nós e não no
outro seria “mais trabalhoso (pois teríamos que rever nossos valores, esquemas
cognitivos) e doloroso”. Weiten (2001) nos explicará sobre esse movimento
interior:
“A dissonância cognitiva existe
quando cognições relacionadas são incoerentes, ou seja, quando se contradizem
mutuamente. (...) Quando levantada, supõe-se que a dissonância cognitiva crie
um estado de tensão desagradável que motiva as pessoas a reduzirem sua
dissonância – geralmente, alterando suas cognições” (p. 487).
Além
disso, é importante observarmos outros eventos comuns nas interações e como
eles podem perturbá-las. Tomemos a seguinte hipótese: uma pessoa tem
dificuldade com determinado indivíduo sem mesmo conhecê-lo. Só por saber,
simplesmente, o nome e a profissão, inconscientemente, diz não gostar de
“fulano” e pronto. Sobre isso a Psicologia Social pode nos ajudar. Rodrigues
(2001) falará:
“Ao
sermos apresentados a uma pessoa, imediatamente ativamos os esquemas relativos
a esta pessoa” (p. 81).
Weiten
(2001) irá conceituar esquema:
“Esquemas
são estruturas cognitivas que orientam o processamento das informações” (p.
472).
Ou
seja, esquema é a representação que temos sobre determinada pessoa, coisa ou
fato. E isso ocorre natural e saudavelmente. O problema, no entanto, está em enquadrarmos
as pessoas nos “nossos esquemas” e, assim, nos negarmos a enxergar nelas outros
valores e outras qualidades.
Por
exemplo, Paulo foi apresentado a Renata. Renata é universitária, loira e
enfermeira. Logo após a apresentação e alguns minutos de conversa, Paulo diz
“não ter ido com a cara de Renata”, mesmo sem ter motivo aparente. Eis um
exemplo clássico de representação. Ora, Renata até pode ser chata mesmo.
Contudo, certamente, a antipatia de Paulo por Renata pode advir das representações
dele sobre mulher loira, universitária e enfermeira, representações essas
subordinadas aos conceitos e fatos vivenciados na vida de Paulo e arquivados na
memória dele. Desse modo, ele enquadra Renata num estereótipo.
“Estereótipos
são convicções amplamente mantidas de que as pessoas têm certas características
porque são integrantes de um grupo particular” (WEITEN, 2001, p. 473).
Portanto,
os estereótipos estão ligados aos esquemas, aos aspectos cognitivos, e servem
para nos enquadrarmos socialmente. No entanto, o erro mais comum é vermos só o
estereótipo.
Daí
a necessidade da autorreflexão para não enquadrarmos o outro em estereótipos
somente, bem como os esquadrinharmos as reais intenções de nossas impressões,
posturas, nossos valores. Sobre isso Moscovici (2008) diz:
“Quantas vezes geramos e recebemos
primeiras impressões errôneas que nos trazem dificuldades e aborrecimentos
desnecessários, porque não nos dispomos a rever e, portanto, confirma ou
modifica aquelas impressões. Quando isto acontece, naturalmente, ao longo de
uma convivência forçada como numa situação de trabalho, por exemplo,
percebemos, então, quanto tempo precioso e quanta energia perdemos por não
tomarmos a iniciativa de procurar conhecer melhor o outro e examinarmos as
próprias atitudes e preconceitos, com o fito de desfazer impressões negativas
não-realísticas” (p. 68).
Através deste artigo, propomos a necessidade do exercício da
autorreflexão a fim de derrubar as barreiras dos relacionamentos e não mais nos
acomodarmos nas nossas defesas egocêntricas.
Mais
uma vez, Rogers (1961) vem em nosso auxílio sobre a importância da aceitação de
si mesmo e do processo de autoconhecimento:
“Por
isso é que eu acho que é eficaz permitir-me ser o que sou nas minhas atitudes;
conhecer quando me aproximo dos limites da resistência ou da tolerância e
aceitar isso como um fato; conhecer quando desejo moldar ou manipular as
pessoas e reconhecer isso como um fato em mim. Gostaria de ser capaz de aceitar
estes sentimentos como aceito os sentimentos de entusiasmo, de interesse, de
tolerância, de bondade, de compreensão, que também são uma parte muito real de
mim. É unicamente quando aceito todas estas atitudes como um fato, como fazendo
parte integrante de mim, que as minhas relações com as outras pessoas se tornam
o que são e podem crescer e transformar-se com maior facilidade” (p. 29).
Em
outras palavras, a partir do momento que nos conhecemos, aceitamos ser
portadores de valores e defeitos, erros e acertos, de uma história bela e
imperfeita (e por isso real); aceitamos o outro. E não mais o julgamos ou
exigimos dele uma perfeição nos relacionamentos.
Por
isso, neste artigo, ressaltamos a importância da autorreflexão geradora de
autoconhecimento e aceitação (de si e do outro). Sobre isso Moscovici (2008)
discorre:
“A
conscientização de aspectos inadequados ou problemáticos facilita a decisão de
mudanças e a reformulação de comportamentos disfuncionais, em nível pessoal e
interpessoal, os quais se refletem no grupo.” (p. 42)
Outro problema típico nas relações é o caso das projeções. Quando
projetamos no outro aquilo que não gostamos em nós, passamos por três
movimentos distintos: 1) o outro tem algo (sentimento, comportamento etc.) e
não temos e queremos ter. Então, isso nos causa raiva, inveja,
inconscientemente ou não; 2) o outro tem algo e temos também isso, no entanto,
não gostamos disso. Assim, o outro revela o não aceitável em nós; 3) o outro
tem algo e já tivemos isso antes, e não temos mais. Porém, não aceitamos ver,
perceber o quanto aquele sentimento ou aquela postura já nos pertenceu,
revelando, dessa forma, uma não aceitação de nossa história, de nossa vida.
Sobre
isso diz Navarro (2006):
“Em
um relacionamento, as pessoas são espelhos umas das outras, e o que nos
incomoda nos outros é justamente o que não apreciamos em nós mesmos, ou seja,
os defeitos que vemos nos outros são os mesmos que temos” (p. 57).
E
mais:
“Os
outros nada mais fazem do que refletir seu interior, apontando os aspectos da
personalidade que você precisa trabalhar” (NAVARRO, 2004, p. 82).
Além
do mais, outro aspecto atrelado à projeção e ao estereótipo é a profecia
autorrealizadora. Baseados no estereótipo assimilado de determinada pessoa, nós
verbalizamos (mentalmente ou não) que a pessoa referida é de tal maneira e,
desse modo, orientamos nossos esquemas a percebemos atitudes corroborativas dos
estereótipos. Vejamos a opinião de Rodrigues, Assmar e Jablonski (2001) sobre
essa questão:
“A chamada profecia
autorrealizadora é uma conseqüência da ação dos esquemas sociais. Consiste na
exibição de um padrão de comportamentos, que, guiado por esquemas, faz com que
a pessoa alvo deste comportamento seja influenciada por ele e responda de forma
coerente com as expectativas. O estudo de Rosenthal e Jacobson (1986) é um bom
exemplo desta tendência: um professor forma um esquema segundo o qual um
determinado aluno é desatento; ele age em relação a esse aluno orientado por
esse esquema; o aluno acaba se convencendo de que é mesmo desatento,
‘confirmando’ assim a profecia do professor de que ele não seria atento em
aula.” (p. 82).
Dessa
maneira, a profecia autorrealizadora apresenta-se como mais um empecilho às
relações interpessoais e reforçadora de estigmas atribuídos aos outros.
Outra
realidade comum nos relacionamentos é não sabermos aceitar críticas ou opiniões
diferentes das nossas. Pois temos a tendência de levarmos a “fala” do outro
para o lado pessoal, e criarmos, assim, mais um obstáculo. Sobre isso,
Blanchard e Johnson (2006) dizem:
“Mas
sabia que, se a repreensão fosse feita pelo Gerente-Minuto, seria justa; seria
um comentário sobre seu comportamento e não sobre seu valor como pessoa” (p.
59).
Certamente,
isso ocorre, porque receber críticas (boas ou más) tem, ainda, em nossa
sociedades um contexto muito afetivo e pessoal. Sem falar no desmascaramento do
nosso “eu ideal e perfeito”. Vejamos o que nos diz Moscovici (2008) sobre isso:
“Podemos temer as
reações do outro – sua mágoa, sua agressão -, isto é, que o feedback seja mal
interpretado, pois em nossa cultura, ainda é percebido como crítica e tem
implicações emocionais (afetivas) e sociais muito fortes, em termos de amizade
(ou sua negação), status, competência e reconhecimento social” (p. 97).
Outro
questionamento, baseado no temas abordados anteriormente, seria: por que,
então, temos essa tendência de acusar o outro? De vermos os erros dos outros e
não os nossos? Pelo simples fato de ser mais fácil investigar e denunciar o
erro alheio, ao invés de fazermos a viagem interna – a introspecção – baseada
na autorreflexão.
Dessa
forma, acreditamos na autorreflexão, na introspecção, na reavaliação dos nossos
atos e valores, na leitura dos acontecimentos circundantes como caminhos
essenciais para uma boa vivência conosco e com os outros. Mesmo que para isso
vençamos nossa “avareza cognitiva” e tiremos o jugo da culpa das costas do
outro.
“Nós
somos ‘avaros cognitivos’, isto é, não gostamos de gastar muito esforço
cognitivo na tentativa de entender o mundo social que nos rodeia. Preferimos
pouco esforço e, por causa disso, as heurísticas – os métodos rápidos
de chegar a conclusões – nos servem perfeitamente”( RODRIGUES,
ASSMAR, JABLONSKI, p. 84). Grifo nosso.
Não
esqueçamos que o trabalho de autoconhecimento perpassa a leitura das nossas
vidas. Portanto, exercício de autorreflexão, de introspecção não é trabalho
apenas para o “setting” terapêutico, mas atividade cotidiana de quem se aceita
como um ser em construção passível de erros e defeitos, possuidor de
qualidades. Por isso, podemos nos conhecer através de acontecimentos
corriqueiros, porém de grande valor, se tivermos um olhar apurado sobre nossas
vidas. Sendo assim, a atividade de autorreflexão pode dar-se através da leitura
de um livro e/ou uma matéria de revista, de um filme, de uma fala de um amigo
(e até mesmo de um estranho), etc. Ou seja, o dia-a-dia é rico em material para
nossa descoberta interior. Grün e Sartorius (2008) dirão sobre isso:
“Para
chegar à maturidade espiritual, preciso escutar a voz de Deus dentro de mim.
Através desta voz no meu interior posso reconhecer a imagem que Deus fez de
mim. Escuto a voz dele nos cães que latem, em meus sentimentos e pensamentos,
em minhas paixões e necessidades, em meus sonhos noturnos e sonhos diurnos, em
minhas doenças e tensões corporais” (p. 10).
Por
fim, ressaltamos a importância de não evitarmos a confrontação com nossas
qualidades e defeitos, a necessidade da aceitação de nós, antes de
qualificarmos o outro como inferno. Teremos, assim, a consciência de
sermos, nós também, esse inferno. Somos também possuidores de céu e inferno
dentro de nós, cabendo a nós a escolha da aceitação de nossas mazelas. E que
atravessemos a ponte do autoconhecimento, passando do rio de julgamento para o
rio da aceitação. Pois céu e inferno habitam em nós e no outro. Só nos resta
escolher qual deles queremos alimentar.
Referências
Bibliográficas
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CENCINI, Amadeo. Amarás o Senhor teu Deus: psicologia do encontro
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FUKS,.Betty Bernardo. Freud e a cultura. Rio de Janeiro: Jorge
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GRÜN, Anselm; SARTORIUS, Christiane. Amadurecimento espiritual e
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GUARDINI, Romano. A aceitação de si mesmo. As idades da vida.
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MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em
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NAVARRO, Leila. Qual é o seu lugar no mundo? São Paulo,
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NAVARRO, Leila. O que a universidade não ensina e o mercado de
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PHILIPE, Jacques. A liberdade interior. Fortaleza:
Edições Shalom, 2004
RODRIGUES, Aroldo; ASSMAR, Eveline Maria Leal; JABLONSKI,
Bernardo. Psicologia Social. Petrópolis: Vozes, 1999.
ROGERS, Carl R. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes,
1961.
WEITEN, Wayne. Introdução à Psicologia: temas e variações.
Editora Thomson Pioneira, 2001.
[1] Luiz Carlos
do Rego Cavalcanti Filho, estudante do 8º período de Psicologia da Faculdade de
Ciências Humanas de Olinda – FACHO.
[2] Mércia Aparecida da Silva, Psicóloga
Clínica, Psicoterapeuta, Facilitadora de grupos de desenvolvimento
interpessoal, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, professora do
Departamento de Psicologia da FACHO.
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